No atual cenário corporativo, a adoção de práticas ESG (Sigla em inglês para Environmental, Social, and Governance e traduzido livremente para o português como Meio Ambiente, Social e Governança) tem se tornado cada vez mais importante para as empresas brasileiras. Além de garantir uma imagem positiva perante os consumidores e investidores, a implementação de iniciativas ESG pode gerar benefícios financeiros e reduzir riscos legais e operacionais. No entanto, não se trata apenas de uma questão de reputação: as empresas também estão se comprometendo com as metas dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) estabelecidos pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 2015, que visam a promoção do desenvolvimento sustentável em escala global.

No Brasil, diversas empresas estão investindo em iniciativas voltadas para a sustentabilidade ambiental, a inclusão social e a governança ética. Na área ambiental, empresas como Natura e Ambev estão adotando medidas para reduzir sua pegada de carbono e minimizar o impacto de suas atividades no meio ambiente.

Casos de Sucesso Colocam o Brasil em Destaque Mundial em ESG

A companhia brasileira do ramo de cosméticos Natura é uma das empresas líderes em ESG na América Latina. A empresa, fundada em 1969, tem uma longa história de compromisso com a sustentabilidade ambiental, a inclusão social e a governança ética e transparente. Em relação à sustentabilidade ambiental, a Natura tem adotado medidas para minimizar o impacto de suas operações no meio ambiente. A empresa utiliza ingredientes naturais e orgânicos em seus produtos e investe em tecnologias limpas e renováveis. Além disso, a Natura tem metas ambiciosas de redução de emissões de gases de efeito estufa e de gestão de resíduos. No que se refere à inclusão social, a Natura tem uma política de diversidade e inclusão em sua cadeia de valor. A empresa trabalha em parceria com comunidades locais, cooperativas e pequenos produtores para promover o desenvolvimento econômico sustentável. A empresa também tem uma política de inclusão de pessoas com deficiência, sendo reconhecida como uma das melhores empresas para se trabalhar no Brasil. Quanto à governança ética e transparente, a Natura tem um compromisso com a transparência em suas operações: a empresa publica relatórios anuais de sustentabilidade, e tem políticas claras em relação à ética nos negócios, combate à corrupção e prevenção de conflitos de interesse.

O sucesso da Natura em ESG tem sido reconhecido internacionalmente. A empresa foi incluída na lista de empresas mais sustentáveis do mundo pela revista Corporate Knights, e também foi reconhecida como uma das empresas mais éticas do mundo pelo Ethisphere Institute. Além disso, a Natura se tornou a primeira empresa de cosméticos a emitir um título verde no mercado internacional, demonstrando seu compromisso com a sustentabilidade econômica e ambiental. Em 2020, a empresa se tornou a primeira do ramo de cosméticos no mundo a ter sua pegada de carbono certificada pelo Carbon Trust, uma organização britânica que presta consultoria em sustentabilidade. Recentemente, em 2023, a companhia de cosméticos alcançou pelo nono ano consecutivo o primeiro lugar no Ranking de Reputação Corporativa e de Líderes, promovido pela Consultoria Merco.  Todos esses fatores fazem da Natura um exemplo de empresa que se destaca pelo cumprimento efetivo das práticas ESG no Brasil e na América Latina. Seu compromisso com a sustentabilidade ambiental, a inclusão social e a governança ética e transparente tem sido fundamental para o sucesso da empresa e sua reputação positiva.

Já a Ambev – empresa brasileira do ramo de bebidas e considerada a maior fabricante de cervejas do mundo – investe em energias renováveis para reduzir sua emissão de gases de efeito estufa. Em 2019, a empresa inaugurou o maior parque eólico do setor privado da América Latina, o que contribuiu para reduzir em 30% a emissão de gases de efeito estufa de suas operações.

Na área social, empresas como Magazine Luiza (empresa do setor de varejo) e Banco Bradesco investem em iniciativas de inclusão e responsabilidade social. O Magazine Luiza adotou uma política de inclusão racial visando aumentar a presença de negros em cargos de liderança na empresa. A iniciativa foi reconhecida pelo Fórum Econômico Mundial como um dos 10 melhores exemplos de liderança empresarial para a inclusão racial. O Bradesco, por sua vez, investe em iniciativas sociais por meio de sua Fundação, que já beneficiou mais de 5,5 milhões de pessoas em todo o país. A instituição financeira também tem programas de voluntariado, que permitem que seus funcionários se envolvam em causas sociais.

Na área da governança corporativa, empresas como Petrobras (a petrolífera brasileira estatal de economia mista) e a Vale (mineradora brasileira considerada umas das maiores do setor no mundo) têm adotado medidas para garantir a transparência e a ética em suas operações: a Petrobras adotou medidas para melhorar sua governança após o escândalo de corrupção revelado pela Operação Lava Jato, fato da história política recente do Brasil. A empresa criou um comitê de auditoria e riscos e implementou políticas de transparência e compliance para garantir a integridade de suas operações. Já a Vale investe em iniciativas para garantir a segurança de suas operações e reduzir os riscos de acidentes, como aconteceu em 2019 com o rompimento da barragem na cidade de Brumadinho, no Estado de Minas Gerais, Brasil. Após o acidente, a empresa criou um comitê independente para monitorar suas práticas de segurança e implementou medidas para melhorar a gestão de riscos em suas operações.

Além dessas empresas, outras organizações brasileiras também estão se comprometendo com as metas dos ODS. A B3 – bolsa de valores brasileira – lançou uma plataforma de investimento responsável que incentiva as empresas listadas a adotarem práticas ESG. De acordo com um estudo da consultoria PwC, 70% das empresas brasileiras afirmam que a implementação de práticas ESG é uma prioridade estratégica para os próximos anos. Isso indica que cada vez mais organizações estão percebendo a importância de adotar uma postura responsável em relação ao meio ambiente, à sociedade e à governança.

Empresas Brasileiras Comprometidas Com Práticas ESG Contribuem Para o Alcance Das Metas dos ODS e do NDC do Brasil

As empresas brasileiras comprometidas com práticas ESG estão contribuindo para o alcance dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU), incluindo as metas definidas na Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC, sigla em inglês para Nationally Determined Contribution) do Brasil.

O NDC é um compromisso do Brasil para reduzir as emissões de gases de efeito estufa em 43% até 2030, em relação aos níveis de 2005. Algumas das metas dos ODS que as empresas brasileiras estão ajudando a alcançar no NDC do Brasil são:

– Energia Limpa e Acessível (ODS 7): Empresas como a CPFL Energia e a Neoenergia investem em fontes de energia limpa, como a solar e a eólica, contribuindo para o aumento da capacidade de geração de energia renovável no país. Essas empresas também têm trabalhado para aumentar o acesso à energia elétrica em áreas remotas e de baixa renda.

– Indústria, Inovação e Infraestrutura Sustentáveis (ODS 9): Empresas como a Ambev têm adotado tecnologias inovadoras e processos produtivos sustentáveis, reduzindo o impacto ambiental de suas operações e promovendo a eficiência energética. Além disso, empresas de logística como a Rumo investem em infraestrutura sustentável, como o uso de locomotivas mais eficientes e a modernização de portos, reduzindo as emissões de gases de efeito estufa no transporte de mercadorias.

– Ação contra a Mudança Global do Clima (ODS 13): Empresas como a Natura e a Braskem têm estabelecido metas ambiciosas de redução de emissões de gases de efeito estufa e adotado medidas para minimizar o impacto ambiental de suas operações. Além disso, empresas como a Suzano investem em tecnologias de baixo carbono na produção de papel e celulose.

Essas são apenas algumas das muitas iniciativas lideradas por empresas brasileiras comprometidas com práticas ESG que contribuem para o alcance das metas dos ODS e do NDC do Brasil, mas que comprovam que práticas sustentáveis por parte das empresas é fundamental para a construção de uma economia mais verde e justa, que promova o desenvolvimento humano e a preservação do meio ambiente.

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