De acordo com dados da ONU, cerca de 1,3 bilhão de pessoas vivem na pobreza em todo o mundo, sendo que grupos étnicos e mulheres são os mais afetados. A discussão da pobreza sob o prisma de gênero levanta questões específicas da vida das mulheres, que os dados estatísticos nem sempre revelam A desigualdade de gênero e a pobreza são questões interligadas que afetam milhões de mulheres em todo o mundo. Infelizmente, as mulheres têm mais probabilidade de viver na pobreza do que os homens, e as causas subjacentes são diversas. Entre elas, podemos citar a discriminação no mercado de trabalho, a falta de acesso à educação e à saúde e a falta de representação política e liderança empresarial.
Em 2022, conforme o Fórum Econômico Mundial, o Brasil ocupava a 78ª posição em um ranking que mede a igualdade entre homens e mulheres num universo de 153 países. As mulheres brasileiras estão sub-representadas na política, têm remuneração menor, sofrem mais assédio e estão mais vulneráveis ao desemprego.
Pensando em mitigar esse grave problema, o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 5 (ODS 5) da ONU aborda a questão da igualdade de gênero e empoderamento feminino. Esse objetivo tem como meta alcançar a igualdade de gênero e empoderar todas as mulheres e meninas até 2030. Para isso, o ODS 5 propõe iniciativas que visam eliminar todas as formas de discriminação e violência contra mulheres e meninas, garantir igualdade de acesso à educação, saúde, emprego e liderança política, além de promover a participação plena e efetiva das mulheres em todos os níveis de tomada de decisão na vida política, econômica e pública. O ODS 5 reconhece que a igualdade de gênero é fundamental para a erradicação da pobreza e para alcançar um desenvolvimento sustentável que beneficie a todos.
Desigualdade de Gênero e Pobreza: Uma Relação Complexa
A relação entre desigualdade de gênero e pobreza é complexa e multifacetada. As mulheres e meninas são frequentemente as mais afetadas pela pobreza, devido a diversas razões, como discriminação de gênero, falta de acesso à educação e oportunidades econômicas limitadas. Além disso, a desigualdade de gênero em muitas sociedades significa que as mulheres têm menos poder de tomada de decisão em relação à sua própria vida, incluindo a capacidade de controlar os recursos financeiros da família, o que pode levar à falta de acesso a recursos financeiros e serviços essenciais, como saúde e educação. Por outro lado, a pobreza também pode levar a uma maior desigualdade de gênero, especialmente em países em desenvolvimento, onde as mulheres são frequentemente as mais afetadas pela falta de recursos e serviços básicos. Portanto, é importante que os esforços para acabar com a pobreza também incluam a promoção da igualdade de gênero e o empoderamento das mulheres e meninas. Essa relação complexa é evidente em muitos países em desenvolvimento, onde as mulheres são maioria entre os pobres.
Há diversas causas subjacentes à desigualdade de gênero e à pobreza entre as mulheres. Algumas delas incluem:
– Discriminação no mercado de trabalho: mulheres enfrentam discriminação no mercado de trabalho, incluindo salários mais baixos e menor acesso a empregos de qualidade. Essa discriminação muitas vezes limita as oportunidades econômicas das mulheres e as coloca em maior risco de pobreza.
– Falta de acesso à educação: a falta de acesso à educação é um grande obstáculo para muitas mulheres em todo o mundo. Sem educação, as mulheres têm menos oportunidades de emprego e são mais vulneráveis à exploração e ao abuso.
– Falta de acesso à saúde: a falta de acesso à saúde é um problema importante para muitas mulheres em todo o mundo. A falta de cuidados de saúde adequados pode afetar negativamente a saúde das mulheres e limitar suas oportunidades econômicas.
– Falta de representação política: A falta de representação política das mulheres limita sua capacidade de influenciar as políticas públicas e alocar recursos para atender às suas necessidades.
Liderança empresarial limitada: A liderança empresarial limitada para mulheres é um obstáculo significativo para o empoderamento econômico das mulheres. As mulheres têm menos oportunidades de ocupar cargos de liderança em empresas e instituições financeiras, limitando suas oportunidades de empreendedorismo e investimento.
Como Melhorar a Igualdade de Gênero e Reduzir a Pobreza Entre as Mulheres
Uma maneira de abordar essas causas subjacentes é por meio da implementação do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) número 5, estabelecido pela Organização das Nações Unidas (ONU). O ODS 5, intitulado: “Alcançar a igualdade de gênero e empoderar todas as mulheres e meninas”, tem como meta principal acabar com todas as formas de discriminação contra mulheres e meninas, bem como promover a igualdade de gênero em todas as esferas da vida.
Para alcançar o ODS 5 e melhorar a igualdade de gênero e reduzir a pobreza entre as mulheres, algumas soluções possíveis incluem:
– Melhorar o acesso à educação para as meninas: investimentos em educação para meninas podem ajudar a garantir que elas tenham as habilidades necessárias para ingressar no mercado de trabalho e romper com os ciclos de pobreza.
– Promover a igualdade salarial e o empoderamento econômico das mulheres: garantir que as mulheres tenham acesso a empregos bem remunerados e oportunidades de carreira igualitárias pode ajudar a reduzir a pobreza entre as mulheres e aumentar sua independência financeira.
– Fortalecer a representação política das mulheres: promover a participação das mulheres na política e na tomada de decisões pode ajudar a garantir que suas necessidades e preocupações sejam abordadas pelas políticas públicas e alocar recursos para atender às suas necessidades.
– Aumentar o acesso à saúde sexual e reprodutiva: investimentos em saúde sexual e reprodutiva podem ajudar a garantir que as mulheres tenham acesso a serviços de saúde adequados e reduzir os riscos de problemas de saúde reprodutiva e mortalidade materna.
– Capacitar as mulheres na liderança empresarial e no empreendedorismo: promover oportunidades de liderança empresarial e empreendedorismo para mulheres pode ajudar a aumentar sua independência financeira e fortalecer suas habilidades de liderança.
Igualdade de Gênero no Brasil: Ações e Programas
O Brasil tem adotado medidas importantes para promover a igualdade de gênero e combater a pobreza feminina. O programa Pró-Equidade é um exemplo bem-sucedido cujo objetivo é combater o machismo dentro das instituições. O Pró-Equidade é uma iniciativa do governo brasileiro que visa principal combater a discriminação de gênero nas instituições, promovendo a equidade de gênero na gestão de pessoal e na cultura organizacional. Desde 2011, o programa promove campanhas educativas dentro das instituições, sensibilizando gestores, lideranças e colaboradores sobre a importância da igualdade de gênero no ambiente de trabalho. Ele é destinado a empresas e órgãos públicos que se comprometem a implementar ações para a promoção da igualdade de gênero em suas políticas e práticas. Entre as ações promovidas pelo programa, destacam-se a eliminação de barreiras para o acesso e permanência das mulheres no mercado de trabalho, a promoção da igualdade salarial entre homens e mulheres, o combate ao assédio moral e sexual e a promoção de políticas de inclusão de mulheres em cargos de liderança e de tomada de decisão. O Pró-Equidade também oferece um selo de certificação para as empresas que cumprem as metas estabelecidas em seu plano de ação para a promoção da igualdade de gênero. Esse selo pode ser utilizado pela empresa como uma forma de demonstrar seu compromisso com a equidade de gênero e como um diferencial competitivo no mercado.
Para alcançar a igualdade de gênero e reduzir a pobreza entre mulheres, é necessário abordar as causas subjacentes da desigualdade de gênero e da pobreza, como a discriminação no mercado de trabalho, a falta de acesso à educação e à saúde, a falta de representação política e liderança empresarial. É importante implementar o ODS 5 da ONU, que busca eliminar todas as formas de discriminação e violência contra mulheres e meninas, garantir igualdade de acesso à educação, saúde, emprego e liderança política, além de promover a participação plena e efetiva das mulheres em todos os níveis de tomada de decisão. A relação entre desigualdade de gênero e pobreza é complexa e multifacetada, e requer esforços integrados para alcançar um desenvolvimento sustentável que beneficie a todos.