Relatório da Organização Internacional do Trabalho (OIT) destaca que os jovens enfrentam um futuro incerto no mercado de trabalho. O relatório aponta que a automação, a falta de empregos que correspondam às qualificações dos jovens e o foco limitado de muitas formações profissionais são os principais desafios desta geração. O número de jovens classificados como NEET (Not in Education, Employment, or Training ou sem emprego, educação ou formação em tradução livre para o português) está aumentando exponencialmente nos últimos anos. Os jovens empregados, especialmente aqueles com treinamento profissional, enfrentam maior risco de perder suas colocações devido à automação. O relatório indica que o status NEET tem mostrado uma tendência ascendente, e a previsão é que continue a aumentar. A taxa de NEET global também aumentou de 21,7% em 2015 para 22,4% em 2020. A OIT ressalta a necessidade de criar mais empregos para a juventude e de implementar políticas integradas e sistemas de treinamento responsivos. Atualmente, existem cerca de 267 milhões de jovens NEET em todo o mundo, sendo que dois terços são mulheres jovens.
É importante abordar essa questão por meio do desenvolvimento de políticas educacionais e de emprego adequadas. Isso pode envolver a criação de programas de orientação profissional mais eficazes, o estabelecimento de parcerias entre instituições educacionais e setores empresariais para alinhar as formações às necessidades do mercado de trabalho bem como a promoção do empreendedorismo e da inovação entre os jovens.
O Banco Mundial para a região africana também destaca a importância do acesso ao Ensino Superior como uma porta para os jovens africanos saírem da pobreza. O Gana foi citado como um exemplo positivo de país onde o aumento do acesso ao Ensino Superior tem sido associado a um crescimento econômico sólido e uma queda significativa da pobreza. O país investe cerca de 30% do orçamento nacional na educação, resultando no aumento do número de universidades públicas e privadas.
No entanto, em toda a África, apenas 6% dos potenciais estudantes em idade de Ensino Superior estão matriculados, em comparação com a média mundial de 25,5%. A região possui nove dos 10 países com menor envolvimento no ensino superior do mundo. Diante desse cenário, o Banco Mundial ressalta que uma abordagem cognitiva intensa é fundamental para garantir o desenvolvimento sustentável da África em uma economia global independente.
É de suma importância a participação do setor privado no financiamento das Universidades, pois governos e sociedade civil não são capazes de arcar com o financiamento da educação acadêmica, necessitando de ajuda externa. Acreditar no potencial criativo dos africanos para a resolução de problemas também foi enfatizado como um aspecto relevante para o desenvolvimento da região. É necessário um esforço conjunto e coordenação entre diferentes atores para garantir que os jovens tenham as habilidades, os conhecimentos e as oportunidades concretas.