A Organização das Nações Unidas (ONU) estabeleceu uma meta ambiciosa de descarbonização até 2050 para limitar o aquecimento global a 1,5°C. A meta inclui reduzir as emissões de Gases de Efeito Estufa em 45% até 2030, em relação aos níveis de 2010. Embora esse objetivo seja crítico para evitar os efeitos mais devastadores das mudanças climáticas, alcançá-lo será extremamente difícil em países pouco desenvolvidos.

Os países menos desenvolvidos enfrentam muitos desafios na transição para economias de baixo carbono. Eles geralmente têm infraestrutura inadequada e tecnologia desatualizada, tornando difícil a produção de eletricidade limpa e a implementação de fontes de energia renovável. Além disso, a pobreza e a falta de acesso à energia são problemas significativos nesses países, o que significa que a necessidade de desenvolvimento econômico muitas vezes supera a preocupação com as emissões de gases de efeito estufa.

Outra barreira para os países menos desenvolvidos é a falta de recursos financeiros para implementar tecnologias limpas e reduzir suas emissões – e coletar dados precisos das emissões. Muitos desses países dependem de ajuda externa para financiar esses projetos, o que pode ser difícil de garantir. Países com baixas taxas de desenvolvimento econômico e social podem enfrentar desafios políticos e institucionais que dificultam a implementação de políticas climáticas eficazes. Apesar das dificuldades, é crucial que os países menos desenvolvidos sejam incluídos no esforço global de descarbonização. Embora essas nações sejam responsáveis por uma pequena porcentagem das emissões globais de gases de efeito estufa, eles são os mais vulneráveis aos efeitos das mudanças climáticas. Essas populações são frequentemente mais pobres e mais dependentes dos recursos naturais para sua subsistência, o que significa que estão mais expostas aos desastres naturais, à insegurança alimentar e à escassez de água.

Para superar esses desafios, é necessário um esforço global para apoiar os países menos desenvolvidos na transição para economias de baixo carbono. Isso pode incluir assistência financeira, transferência de tecnologia e capacitação de recursos humanos. Os países mais ricos e desenvolvidos devem liderar pelo exemplo, reduzindo suas próprias emissões de gases de efeito estufa e apoiando a implementação de políticas climáticas eficazes em todo o mundo.

Satélite da NASA Rastreia Emissões de Carbono em mais de 100 Países Para Auxiliar No Alcance Dos Objetivos Climáticos Globais

Um satélite da Agência Norte-americana de Aeronáutica e Administração Espacial (NASA – – National Aeronautics and Space Administration) que observa a Terra promete ajudar pesquisadores a rastrear as emissões de dióxido de carbono em mais de 100 países ao redor do mundo. O projeto-piloto oferece uma nova e poderosa perspectiva sobre o dióxido de carbono que está sendo emitido nesses países e quanto dele é removido da atmosfera por florestas e outros “sumidouros” de carbono dentro de suas fronteiras. Os resultados demonstram como as ferramentas baseadas em espaço podem apoiar insights sobre a Terra à medida que as nações trabalham para alcançar metas climáticas.

O estudo internacional, conduzido por mais de 60 pesquisadores, usou medições feitas pela missão Orbiting Carbon Observatory-2 (OCO-2) da NASA, bem como uma rede de observações com bases na superfície terrestre, para quantificar aumentos e diminuições nas concentrações de dióxido de carbono atmosférico de 2015 a 2020. Usando essa abordagem baseada em medição (chamada de “top-down”), os pesquisadores puderam inferir o equilíbrio de quanto dióxido de carbono foi emitido e removido. A primeira Avaliação Global – um processo para avaliar o progresso coletivo do mundo em limitar o aquecimento global, conforme especificado no Acordo de Paris de 2015 – ocorre em 2023.

O estudo fornece uma nova perspectiva rastreando tanto as emissões de combustíveis fósseis quanto as mudanças totais do “estoque” de carbono em ecossistemas, incluindo árvores, arbustos e solos. O estudo oferece uma visão complexa do carbono que se move através da terra, oceano e atmosfera da Terra. Além dos impactos diretos humanos contabilizados pelos inventários nacionais, ecossistemas não gerenciados, como algumas florestas tropicais e boreais – onde os humanos têm um impacto mínimo – podem sequestrar carbono da atmosfera, reduzindo assim o potencial de aquecimento global.

Olhando para o futuro, os pesquisadores afirmam que seu projeto-piloto será aprimorado ainda mais para entender como as emissões de países individuais estão mudando e, além disso, conseguir compilar informações precisas das emissões em países pouco desenvolvidos que não possuem tecnologias suficientes para medições.

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