O Acordo de Paris, assinado por 195 países em 2015, visa enfrentar as alterações climáticas através da implementação de medidas concretas. Seu principal objetivo é garantir que o aumento da temperatura média do planeta fique abaixo de 2 ºC em relação aos níveis pré-industriais.
Para assegurar o êxito do acordo, cada país participante estabeleceu seus próprios compromissos por meio das Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDC, na sigla em inglês). O Brasil comprometeu-se a reduzir as emissões de gases de efeito estufa em 37% abaixo dos níveis de 2005 até 2025. Além disso, o Brasil estabeleceu a meta de aumentar a participação da bioenergia sustentável em sua matriz energética e a realizar a restauração de mais de 10 milhões de hectares de florestas, a fim de alcançar essa meta.
De acordo com as Nações Unidas, para limitar o aumento da temperatura global abaixo de 2 ºC, é essencial que o mundo transforme seus sistemas de energia, indústria, transporte, alimentos, agricultura e silvicultura. Essa transformação abrange uma ampla gama de esforços e exige o envolvimento de todas as nações, a fim de garantir um futuro melhor para as gerações atuais e futuras.
Restaurar os ecossistemas naturais desempenha um papel crucial na implementação do Acordo de Paris e se faz importante diferenciar entre o reflorestamento e a restauração florestal.
O termo reflorestamento refere-se à plantação de árvores nativas ou exóticas em áreas anteriormente desmatadas, buscando o estabelecimento de uma estrutura florestal. Por outro lado, a restauração florestal tem como objetivo recuperar o ecossistema florestal original da área devastada e preservá-lo, buscando alcançar condições similares de composição, estrutura e funcionamento aos dos remanescentes florestais de referência.
Embora o reflorestamento desempenhe um papel importante na proteção e recuperação dos serviços ecossistêmicos da região, é importante destacar que não é possível reproduzir um ecossistema idêntico ao original. A restauração florestal, por sua vez, visa restabelecer as características essenciais do ecossistema, permitindo que ele recupere sua funcionalidade e contribua para a conservação da biodiversidade, a proteção do solo, a regulação do clima e a provisão de serviços ecossistêmicos vitais.