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Hoop voor de toekomst ligt in het onderwijs

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Auteur: Stichting Oakpar

A UNESCO ressalta a importância e a urgência de educar cada pessoa em um mundo que ainda enfrenta desafios significativos nesse aspecto, mesmo após mais de duas décadas do século 21.

A educação é fundamental para o desenvolvimento humano, o progresso social e a construção de um futuro sustentável. No entanto, apesar dos esforços globais e dos compromissos estabelecidos na Agenda 2030, o objetivo de educar cada pessoa ainda está distante de ser alcançado.

A Agenda 2030, adotada pelas Nações Unidas em 2015, estabeleceu os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), que incluem uma meta específica para garantir uma educação inclusiva, equitativa e de qualidade para todos.

A falta de acesso à educação ainda é uma realidade para milhões de pessoas em todo o mundo. Muitas crianças e jovens são privados do direito básico à educação de qualidade devido a fatores como pobreza, conflitos armados, desigualdades de gênero, discriminação e barreiras geográficas. Além disso, a pandemia exacerbou ainda mais essas disparidades, com o fechamento de escolas e a transição para o ensino remoto, deixando muitos estudantes sem acesso adequado à aprendizagem.

Educando cada pessoa, investe-se no potencial humano, no desenvolvimento de habilidades e na promoção da cidadania. A educação não se limita apenas à aquisição de conhecimentos acadêmicos, mas também engloba valores, habilidades socioemocionais, pensamento crítico e criatividade. É um processo contínuo que deve acompanhar as mudanças sociais, econômicas e tecnológicas, preparando indivíduos para enfrentar os desafios do mundo contemporâneo.

Além disso, colocar a educação no centro da agenda global, requer políticas educacionais inclusivas, investimentos significativos, capacitação de professores, parcerias eficazes e abordagens inovadoras, bem como enfrentar as desigualdades existentes e promover a igualdade de oportunidades.

Conforme solicitado na Declaração da Direção de Alto Nível do ODS 4 (HLSC), a cooperação e coordenação no campo da educação desempenharão um papel crucial na busca pelos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.

Para impulsionar essa colaboração, o HLSC propõe cinco pilares de ação. Em primeiro lugar, os Estados-Membros são incentivados a incorporar compromissos com o ODS 4 em seus planos socioeconômicos e educacionais, políticas e estruturas, e a relatar regularmente o progresso em reuniões globais convocadas pela UNESCO. Essa integração da educação nos planos nacionais pode informar as contribuições dos Estados-Membros para a Cúpula dos ODS de 2023.

Em segundo lugar, a transformação da educação é considerada essencial para preparar as sociedades para lidar com um futuro incerto. Portanto, os Estados-Membros são encorajados a dar a devida atenção à transformação da educação nos resultados da Cúpula do Futuro de 2024.

Em terceiro lugar, diversas ações estão planejadas para sustentar e fortalecer o movimento global que emergiu da Cúpula, liderado por jovens, professores e outras partes interessadas na comunidade educacional. Isso inclui o avanço da Iniciativa Global da Juventude para dar continuidade às recomendações da Declaração da Juventude em todos os níveis.

Em quarto lugar, a ONU e o HLSC trabalharão com Campeões Globais, principais instituições globais, parceiros da sociedade civil e professores para defender, tomar ações estratégicas e monitorar as recomendações contidas no Apelo à Ação sobre o Financiamento da Educação.

Por fim, os convocadores de cada uma das cinco reuniões temáticas da Cúpula são esperados para desenvolver roteiros e realizar esforços de advocacia para garantir a implementação efetiva das iniciativas surgidas da Cúpula em nível nacional, relatando o progresso para o HLSC. Além disso, está sendo considerado o estabelecimento de um painel de especialistas de alto nível para abordar a escassez global de professores e garantir o papel crucial dos educadores, bem como a evolução do ensino para atender às demandas da educação no século 21.

Essas ações propostas pelo HLSC e a colaboração entre os Estados-Membros, organizações internacionais, sociedade civil e partes interessadas são fundamentais para impulsionar a educação e avançar na realização do ODS 4. A Serra Leoa desempenhará um papel importante nesse processo, fortalecendo a cooperação no campo da educação e integrando os resultados da Cúpula para garantir que a educação seja uma prioridade global para o desenvolvimento sustentável.

Sendo assim, todos os seres humanos possuem uma capacidade inata de aprender e estão destinados a buscar constantemente conhecimento e habilidades para sobreviver, viver e prosperar. Ao longo das vidas, a aprendizagem ocorre de diversas formas, incluindo a educação institucionalizada, planejada e intencional, bem como em ambientes não formais e informais, como famílias, comunidades e espaços cibernéticos.

Garantir uma educação inclusiva, equitativa e de qualidade, juntamente com a aprendizagem ao longo da vida, é essencial, não apenas como um objetivo específico dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), mas também como um componente intrínseco de esforços coletivos para alcançar todos os outros ODS e garantir os direitos humanos de todos.

A educação e a aprendizagem ao longo da vida estão interligadas a todos os ODS. Por exemplo, uma educação de qualidade está ligada à erradicação da pobreza (ODS 1), à promoção da saúde (ODS 3) e à igualdade de gênero (ODS 5). Além disso, a educação desempenha um papel importante na promoção do desenvolvimento sustentável, capacitando as pessoas com conhecimentos e habilidades para enfrentar os desafios ambientais e climáticos (ODS 13 e ODS 15).

Garantir uma educação inclusiva, equitativa e de qualidade para todos requer esforços coletivos, envolvendo governos, instituições educacionais, comunidades, sociedade civil e o setor privado. Isso implica no investimento adequado em infraestrutura educacional, na formação e valorização dos professores, na promoção de políticas inclusivas, no acesso a recursos educacionais e tecnologia, e na remoção de barreiras que possam impedir o acesso de determinados grupos à educação. Portanto, a educação é um catalisador para a erradicação da pobreza, a promoção da saúde, a igualdade de gênero, a proteção do meio ambiente e o fortalecimento das comunidades.

Conectando o Mundo: Enfrentando o Desafio dos 2,9 Bilhões de Desconectados

A chamada para ação visa garantir e melhorar a aprendizagem digital pública de qualidade para todos, aproveitando o poder da revolução digital na área da educação. Reconhecendo a importância da educação de qualidade como um bem público e um direito humano, com foco nos grupos minoritários, diversos esforços e documentos destacam a necessidade de promover a cooperação digital.

A mobilização dos pontos fortes da tecnologia digital é fundamental para impulsionar o desenvolvimento nacional e as aspirações internacionais de educação e aprendizagem ao longo da vida. Essa ação pode catalisar transformações benéficas em vários aspectos da educação, incluindo pedagogia, currículo, avaliação, assistência social e organização da aprendizagem, tanto dentro quanto fora das instituições educacionais formais. O objetivo é melhorar os resultados de aprendizagem dos alunos, garantindo que todos, sejam crianças, jovens ou adultos, tenham acesso a habilidades básicas de alfabetização, desenvolvam conhecimentos e competências relevantes para suas vidas e contribuam para um futuro mais sustentável.

É essencial disponibilizar conteúdo digital de ensino e aprendizagem de alta qualidade e relevante para o currículo por meio de plataformas digitais de aprendizagem. Essas plataformas têm o potencial de transformar a experiência de aprendizagem de crianças, jovens e adultos, mas é necessário garantir que o conteúdo seja acessível em dispositivos móveis, bem organizado e livre de práticas que comprometam a privacidade dos alunos ou os exponham a anúncios inapropriados.

Além disso, é imprescindível investir em infraestrutura digital robusta e garantir a conectividade para todos os alunos e educadores. A falta de acesso à Internet e a infraestrutura adequada são obstáculos significativos para a aprendizagem digital. Sendo assim, deve-se promover ações para reduzir a brecha digital, incluindo a expansão da conectividade em áreas remotas e o fornecimento de dispositivos adequados aos alunos.

Os educadores e cuidadores desempenham um papel fundamental na promoção da aprendizagem digital. É necessário investir em sua capacitação e fornecer o suporte necessário para que possam utilizar efetivamente as ferramentas digitais em suas práticas pedagógicas. Isso inclui o desenvolvimento de competências digitais, a formação contínua e o acesso a recursos e materiais educacionais de qualidade.

Essa chamada para ação destaca a importância de garantir a aprendizagem digital pública de qualidade para todos, fornecendo acesso a conteúdo relevante, infraestrutura digital adequada e capacitando educadores e cuidadores.

Infelizmente, em todo o mundo, a falta de habilidades digitais é uma das barreiras mais comumente citadas para o uso da internet na educação e em outros contextos. Essa falta de habilidades muitas vezes supera até mesmo as barreiras de custo. Surpreendentemente, uma em cada três pessoas carece das habilidades digitais mais básicas. Mesmo para aqueles que possuem habilidades digitais, há uma escassez de treinamento disponível para os professores aprimorarem suas práticas pedagógicas no uso eficaz da tecnologia. Além disso, as lacunas de gênero nas habilidades digitais permanecem inaceitavelmente altas, com mulheres e meninas tendo 25% menos probabilidade de saber como alavancar a tecnologia digital para fins básicos.

A conectividade digital desempenha um papel crucial na garantia de que todas as escolas e indivíduos possam se beneficiar das vantagens educacionais proporcionadas por conexões de internet de qualidade. No entanto, globalmente, 2,9 bilhões de pessoas ainda estão offline, sendo que 90% delas vivem em países em desenvolvimento. Além disso, existem diferenças significativas na acessibilidade à internet em todo o mundo, geralmente enfrentando altas taxas de dados móveis. Essa desigualdade de acesso à conectividade reduz as oportunidades para muitos jovens e adultos aprenderem e alcançarem seu potencial máximo.

Para desbloquear o poder da aprendizagem digital, é essencial estabelecer estratégias e orçamentos nacionais com metas de curto, médio e longo prazos, abordando as três chaves: capacidade, conteúdo e conectividade.

Em relação à capacidade, é fundamental estabelecer e aprimorar plataformas públicas de aprendizagem digital com recursos educacionais de alta qualidade alinhados ao currículo. Essas plataformas devem ser gratuitas, abertas e acessíveis para todos, garantindo a privacidade e a segurança dos dados dos usuários.

O fortalecimento das capacidades e da conectividade é fundamental para garantir uma aprendizagem inclusiva e igualitária para todos. É necessário alcançar a alfabetização digital universal, com foco especial em mulheres e meninas, para superar as persistentes lacunas de habilidades digitais entre os gêneros.

Para isso, é imperioso capacitar todos os professores e profissionais da educação para que possam aproveitar o poder dos recursos digitais e auxiliar seus alunos no processo de aprendizagem. Isso será feito por meio de alianças e iniciativas existentes, como a Estrutura de Competências em TIC da UNESCO para Professores e a Coalizão Global de Educação.

O Investimento Necessário: Governos Precisam Destinar Recursos Maciços para a Educação

Com base nos compromissos do ODS4-Educação 2030 e em estruturas existentes sobre financiamento para o desenvolvimento, é essencial que todos os países e parceiros da educação tomem medidas concretas tanto em nível nacional quanto internacional. Esta Chamada para ação sobre Investimento Educacional visa impulsionar esforços nesse sentido.

Aos governos nacionais cabe o financiamento adequado da educação, identificando e superando os principais obstáculos para atingir as metas acordadas internamente e internacionalmente, principalmente relacionadas ao ODS4. A liderança dos países é fundamental para alcançar esses objetivos.

Além disso, é necessário aumentar o espaço fiscal para a educação e proteger os fundos destinados à proteção social e aos sistemas de ensino. Os governos devem alocar pelo menos 4-6% do PIB e pelo menos 15-20% da despesa pública total para a educação, garantindo que os orçamentos educacionais sejam preservados mesmo em tempos de restrições fiscais causadas pela pandemia e pela crise econômica global.

Para garantir uma distribuição mais equitativa e eficiente do investimento educacional, é crucial estabelecer metas específicas em relação ao percentual direcionado a famílias de menor renda (40%) e a grupos vulneráveis, como aqueles que vivem em áreas rurais ou distantes, crianças com deficiência ou em situação de vulnerabilidade.

É fundamental acompanhar e relatar o investimento educacional e seus resultados de forma desagregada e sistemática, garantindo que o investimento seja distribuído de maneira equitativa, com especial atenção aos grupos mais vulneráveis. Além disso, é importante integrar a capacidade de resposta de gênero no monitoramento dos gastos públicos, a fim de identificar o impacto dos gastos com educação em meninas e meninos, corrigir desequilíbrios e promover a igualdade de gênero.

Com base nos compromissos estabelecidos no ODS4 – Educação 2030, na Chamada à Ação dos parceiros da PGE de 2021 para a Educação em Finanças, na Declaração de Paris sobre Financiamento da Educação e em outras estruturas existentes de financiamento para o desenvolvimento, é fundamental que todos os países e parceiros adotem ações concretas em âmbito nacional e internacional em relação ao investimento educacional.

Os governos, em nível nacional, têm a responsabilidade de:

  • Assumir o compromisso com o financiamento adequado da educação, trabalhando para identificar e superar os principais obstáculos que possam surgir para alcançar as prioridades acordadas internamente e os objetivos estabelecidos internacionalmente para a educação, especialmente aqueles relacionados ao ODS4. A liderança do país desempenha um papel fundamental na conquista desses objetivos.
  • Aumentar o espaço fiscal destinado à educação e comprometer-se a proteger os fundos para a proteção social e para os sistemas de ensino. De acordo com as Declarações de Incheon e Paris, os governos devem alocar pelo menos 4-6% do PIB e pelo menos 15-20% da despesa pública total para a educação.
  • Comprometer-se a proteger e aumentar o investimento real por aluno e por pessoa em idade escolar, estabelecendo um referencial ambicioso de acordo com o contexto nacional e regional. Isso implica em assegurar recursos adequados para cada aluno, considerando suas necessidades específicas.
  • Comprometer-se a alcançar uma taxa adequada de impostos em relação ao PIB, adotando reformas fiscais ambiciosas e progressivas que estejam vinculadas ao financiamento do investimento educacional. É necessário estabelecer políticas fiscais que promovam a justiça e garantam recursos adequados para a educação.
  • Alocar o investimento educacional de forma mais equitativa e eficiente, começando pela educação na primeira infância. É essencial direcionar recursos para alcançar avanços eficientes em direção a uma educação de qualidade para todos. Estabelecer metas específicas em relação à parcela do investimento educacional destinada a famílias de menor renda (40% e 20%), às que vivem em áreas rurais ou distantes, crianças com deficiência ou em situação de vulnerabilidade.
  • Monitorar e relatar o investimento educacional e seus resultados de forma detalhada e sistemática, garantindo que o investimento seja distribuído de maneira equitativa, com atenção especial aos grupos mais vulneráveis. É importante integrar a perspectiva de gênero no monitoramento dos gastos públicos para identificar os impactos das despesas com educação em meninas e meninos, redirecionando os gastos para corrigir desequilíbrios e promover a igualdade de gênero.
  • Comprometer-se a investir em oportunidades de requalificação e aprendizado, preparando jovens e adultos para enfrentar as demandas da economia do futuro e estimulando novas oportunidades de trabalho decente nas crescentes economias verdes e digitais.

Ao adotar essas medidas, os países e parceiros fortalecerão o investimento na educação, garantindo maior equidade e eficiência.

Professores sob Pressão: Lidando com Expectativas Crescentes em Meio à Falta de Suporte

A profissão docente está passando por desafios significativos, pois as mudanças e expectativas impostas às escolas e aos professores não estão sendo acompanhadas por transformações que lhes permitam corresponder adequadamente.

Além disso, os docentes ainda se baseiam em abordagens tradicionais, como a transmissão de informações, memorização de conteúdos e uma postura passiva em relação às inovações educacionais. Eles ainda são vistos como executores de currículos e reformas, atuando em um papel pré-determinado por outros, e são formados com base em modelos tradicionais que não acompanham as mudanças curriculares. Tudo isso ocorre sem levar em consideração os resultados dos sistemas educacionais.

Atualmente, quando se fala em docência, geralmente se aborda a capacitação, salários e avaliação de desempenho. A formação em serviço tem sido a estratégia das reformas para melhorar o desempenho dos professores, muitas vezes acompanhada por avaliações de desempenho. Por outro lado, as demandas salariais surgem como consequência da proletarização do magistério ao longo das últimas décadas. No entanto, os investimentos em capacitação não têm alcançado os resultados esperados, e os aumentos salariais, quando ocorrem, são pequenos e raros, não melhorando significativamente a qualidade de vida dos docentes.

É necessário adotar uma perspectiva renovada sobre a profissão docente e suas novas dimensões. Duas certezas são fundamentais para construir uma proposta sólida: a docência é um dos fatores mais importantes para garantir uma educação de qualidade para todos, e a capacitação, o aumento salarial e a avaliação docente, por si só, não melhoram o desempenho nem promovem motivação e satisfação profissional. É preciso ir além dessas medidas.

A docência é uma profissão com profundo significado e compromisso humano, mas também é uma profissão em todos os sentidos da palavra. Como tal, deve ser uma prioridade das políticas públicas. O desenvolvimento e o fortalecimento da profissão docente são responsabilidades compartilhadas por diversos atores comprometidos em construir alianças intersetoriais e consensos. A profissão docente precisa ser vista em uma perspectiva integral. A profissão docente deve ser colocada no centro das políticas públicas e educacionais, tornando-se uma prioridade na agenda dos governos. Ou seja, é fundamental investir de forma adequada e eficiente no fortalecimento da profissão docente.

Por outro lado, enxergar a profissão docente de forma integral significa reconhecer os diversos fatores que influenciam o desempenho dos professores, como a formação inicial, a formação continuada em serviço, a avaliação de desempenho, as condições de trabalho, os salários, a cultura organizacional, o reconhecimento social e a saúde.

Os professores desempenham um papel crucial no sistema educacional e devem ser apoiados e capacitados para se tornarem agentes de mudança, produtores de conhecimento, facilitadores e guias para a compreensão de realidades complexas. Para alcançar esses objetivos, é necessário tomar medidas em quatro áreas fundamentais.

A primeira área de ação envolve melhorar a capacidade, agência e autonomia dos professores por meio de uma formação inicial e contínua abrangente. Essa formação deve capacitar os professores a gerenciar de forma eficaz o currículo, adotar pedagogias inovadoras e utilizar estratégias de avaliação que promovam uma educação transformadora baseada na experiência, indagação, curiosidade e alegria. Capacitar os professores dessa maneira contribui para a melhoria da qualidade do ensino e da aprendizagem.

A segunda área de ação diz respeito à escassez global de professores. É essencial abordar essa questão de forma abrangente, garantindo condições dignas de trabalho, um status valorizado para os professores e a implementação de mecanismos justos e igualitários de recrutamento e promoção de professores. Investir na profissão docente e oferecer incentivos adequados são medidas que podem atrair e reter profissionais talentosos.

A terceira área de ação é o monitoramento e a avaliação do ensino, visando a responsabilidade e os resultados de aprendizagem. Estabelecer sistemas eficazes de monitoramento e avaliação é fundamental para identificar áreas de melhoria, e impulsionar a aprendizagem dos alunos. Ao utilizar dados e evidências, os sistemas educacionais podem tomar decisões informadas e alocar recursos de forma eficiente, buscando aprimorar continuamente a qualidade da educação.

Por fim, é fundamental envolver os professores na formulação de políticas educacionais. Os professores têm uma perspectiva única e valiosa sobre as necessidades e desafios enfrentados no ambiente de sala de aula. Por meio do diálogo social, os educadores podem contribuir ativamente na elaboração de reformas curriculares e pedagógicas, compartilhando suas experiências e ideias.

O Poder da Juventude na Educação: Rompendo Barreiras e Moldando o Futuro

A atualidade enfrenta diversas e tumultuadas crises, e é importante reconhecer a relevância da educação como fonte primordial de esperança e solução para alcançar um ambiente global de paz e igualdade justa. Ao buscar a transformação da educação, é necessário garantir que vozes sejam ouvidas, experiências sejam valorizadas, demandas sejam atendidas e esforços, liderança e agência sejam reconhecidos.

A transformação da educação não deve ser aguardada como um convite. Pelo contrário, os jovens estão na vanguarda dessa mudança, impulsionando inovações pioneiras, mobilizando suas comunidades e colegas, defendendo uma educação universal e de qualidade, trabalhando incansavelmente desde a base para transformar o cenário educacional.

A Declaração Juvenil apresentada é fruto de um amplo processo de consulta que envolveu a participação diversa de quase meio milhão de jovens de mais de 170 países e territórios. Contribuíram por meio de projetos presenciais e online, diálogos globais, regionais, nacionais, pesquisas online, campanhas de mídia social e outras formas de engajamento.

Essa Declaração Juvenil baseia-se e complementa a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, especialmente o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 4. Também está fundamentada nos propósitos e princípios estabelecidos na Declaração Universal dos Direitos Humanos e na Carta das Nações Unidas, reconhecendo a educação como um direito humano fundamental, um bem público global e uma responsabilidade pública. Além disso, é embasada em documentos relevantes, como a Convenção sobre os Direitos da Criança, a Estratégia da ONU para a Juventude – Youth2030 e outros.

A exemplo de investimento, surgem as instituições de educação pós-secundária técnica e profissional que desempenham um papel crucial na formação de profissionais capacitados, mas é importante reconhecê-las não apenas como locais de formação, mas também como centros de pesquisa aplicada. Essas instituições devem destacar a importância das habilidades produtivas em vidas individuais e coletivas, bem como o funcionamento eficaz das sociedades de aprendizagem. Além disso, devem ressaltar os diversos caminhos para um trabalho significativo e o potencial de integração, parcerias e cooperação entre diferentes setores e comunidades.

O caráter local dessas instituições, muitas vezes intimamente ligadas às comunidades em que estão inseridas, oferece uma oportunidade para promover culturas locais de aprendizagem prósperas. As comunidades locais possuem conexões únicas com o conhecimento comum e os institutos técnicos e profissionais podem contribuir para o desenvolvimento de ideias sobre sua aplicação de maneiras distintas e relevantes, levando em consideração o contexto específico.

Além disso, é fundamental que a educação superior defenda o acesso livre e aberto ao conhecimento e à ciência. Ao fazê-lo, pode-se promover uma maior democratização do conhecimento, permitindo que mais pessoas se beneficiem das descobertas e inovações científicas. Isso fortalece a base de conhecimento e contribui para o progresso social e econômico de maneira mais ampla.

Portanto, é necessário estabelecer um novo contrato social para a educação. Isso implica em reconhecer a evolução dos currículos e dos conhecimentos comuns, buscando uma abordagem mais dinâmica e adaptativa que reflita as demandas em constante mudança da sociedade.

 Equidade de Gênero na Educação: Transformando Vidas e Empoderando Futuras Gerações

Esta chamada para ação é baseada em importantes documentos, como o Action Track 1 sobre escolas inclusivas, equitativas, seguras e saudáveis, o Manifesto de Freetown para Liderança Transformadora de Gênero na Educação, declarações do G7 e G20, o Fórum Geração Igualdade e outros compromissos e marcos normativos relacionados à educação de meninas e mulheres e à igualdade de gênero.

Como parte fundamental da Educação Transformadora, é essencial promover e defender a igualdade de gênero e o empoderamento de meninas e mulheres na e por meio da educação. Para isso, os governos em níveis nacional e subnacional devem:

  • Priorizar a igualdade de gênero nos planos, orçamentos e políticas do setor educacional, identificando e enfrentando as disparidades desde os primeiros anos de vida, por meio do aumento de recursos, estratégias e compromissos que transformem normas prejudiciais de gênero em práticas pedagógicas inclusivas. Além disso, é fundamental fortalecer a capacidade dos profissionais da educação e promover outras prioridades específicas de cada contexto.
  • Garantir a paridade de gênero e a não discriminação em todos os níveis e disciplinas da educação, bem como em cargos de ensino, educação e liderança ministerial. Isso inclui o apoio às professoras, por meio de remuneração justa e igualitária, moradia segura, transporte e outros recursos necessários para trabalhar em áreas remotas. Também é necessário eliminar as barreiras que impedem a ascensão das mulheres à liderança educacional e à administração.
  • Eliminar preconceitos e estereótipos de gênero dos currículos, materiais de ensino e aprendizagem, garantindo que todos os professores e alunos adquiram conhecimentos e habilidades necessários para questionar e transformar normas, atitudes e práticas de gênero prejudiciais, assim como as desigualdades e discriminações mais amplas. Essa abordagem deve começar desde a primeira infância, uma vez que evidências mostram que estereótipos de gênero são internalizados por crianças a partir dos dois anos de idade.
  • Promover o acesso, a participação e a conclusão da educação pós-secundária e profissional para meninas e mulheres, superando barreiras financeiras, culturais e sociais. Isso inclui o oferecimento de suporte e orientação adequados para a escolha de carreiras não tradicionais.
  • Envolver homens e meninos como aliados na promoção da igualdade de gênero e na desconstrução de normas e estereótipos prejudiciais.

Promover a igualdade de gênero e o empoderamento de meninas e mulheres por meio da educação é uma missão urgente e crucial para construir uma sociedade igualitária. Ao colocar a igualdade de gênero no centro das políticas educacionais, garantindo a paridade de gênero em todos os níveis e disciplinas, removendo preconceitos e estereótipos de gênero dos currículos, e promovendo um ambiente educacional seguro e inclusivo, pode-se criar uma base sólida para a transformação social.

Ao adotar uma abordagem abrangente e inclusiva, garantindo acesso e participação de meninas e mulheres na educação, cria-se um caminho para a transformação social, a realização dos direitos humanos e o desenvolvimento sustentável.

Portanto, é necessário implementar políticas e práticas eficazes e investir na educação como um poderoso instrumento para promover a igualdade de gênero e o empoderamento feminino. Esta chamada para ação é essencial para avançar na promoção da igualdade de gênero e no empoderamento de meninas e mulheres por meio da educação.

Educação Verde: O Movimento das Escolas em Direção ao Credenciamento Verde

A crise climática é um desafio global urgente, e a ONU não hesita em chamá-la de “uma batalha por nossas vidas”. Para atingir o objetivo de limitar o aquecimento global a 1,5°C, conforme recomendado pelo Acordo de Paris, é necessária uma transformação rápida e radical em todos os aspectos de nossas vidas. Nesse contexto, a educação desempenha um papel fundamental como um poderoso meio de apoio à adaptação e fortalecimento da resiliência dos alunos e das sociedades.

A Cúpula da Educação Transformadora, liderada pela ONU, destacou a importância de transformar a educação para responder à crise climática e ambiental global. Por meio do conhecimento e da prática acumulados na Educação para o Desenvolvimento Sustentável (ESD), uma nova parceria de educação verde está sendo estabelecida. Essa parceria visa promover uma ação coordenada e abrangente, com o objetivo de preparar cada aluno para enfrentar as mudanças climáticas e promover o desenvolvimento sustentável.

A educação verde tem como objetivo capacitar os alunos com os conhecimentos, habilidades, valores e atitudes necessárias para lidar com os desafios da crise climática. Ela busca integrar de forma transversal e sistemática as questões climáticas e ambientais nos currículos, promovendo uma compreensão profunda dos problemas e incentivando ações positivas em prol do meio ambiente.

Além disso, é essencial que os sistemas educacionais se tornem mais resilientes às mudanças climáticas. As escolas devem ser projetadas para serem seguras, capazes de enfrentar eventos extremos e proporcionar um ambiente de aprendizagem seguro para os alunos.

A transformação da educação em resposta à crise climática não é apenas uma questão de conscientização e informação, mas também de capacitação dos alunos para se tornarem agentes de mudança. É necessário promover uma cultura de sustentabilidade e respeito ao meio ambiente, incentivando ações individuais e coletivas que contribuam para um futuro mais sustentável.

A parceria de educação verde é uma demonstração do compromisso global em enfrentar a crise climática por meio da transformação da educação.

Sob essa premissa, as escolas verdes são uma visão fundamental para o futuro da educação. Desde a primeira infância até a educação de adultos, é essencial trabalhar para garantir que todas as escolas obtenham o credenciamento de escola verde. Isso inclui não apenas as próprias escolas, mas também a formação de professores e as instituições de ensino superior.

A meta é que todos os países adotem um esquema de credenciamento escolar verde, onde pelo menos 50% das escolas, faculdades e universidades tenham alcançado o credenciamento verde e estejam operando de forma sustentável. Essa meta representa um compromisso global em transformar o sistema educacional para se tornar mais alinhado com princípios e práticas de sustentabilidade.

O credenciamento verde envolve diversos aspectos, como a eficiência energética das instalações, o uso de energia renovável, a gestão adequada dos resíduos, a conservação da água, a promoção da biodiversidade, o uso de materiais sustentáveis, a integração de práticas ecológicas nos currículos e a conscientização dos estudantes sobre questões ambientais.

Já a aprendizagem verde é essencial para enfrentar os desafios ambientais e construir um futuro sustentável. É fundamental adotar uma abordagem de aprendizagem ao longo da vida que integre a educação sobre o clima em todos os níveis educacionais, desde os currículos escolares até a formação profissional e o desenvolvimento de habilidades no local de trabalho.

A visão é que todos os países reconheçam a importância da educação climática e a incorporem nos currículos escolares, técnicos e vocacionais. Isso envolve o desenvolvimento de materiais didáticos, a adoção de pedagogias adequadas e a implementação de avaliações que abordem as questões ambientais.

A meta é que o número de países que incluem a educação climática nos currículos escolares do pré-primário, primário e secundário seja pelo menos o dobro do atual, que está em torno de 45%. Isso representa um compromisso global em fortalecer a educação sobre o clima e garantir que os estudantes adquiram os conhecimentos e as habilidades necessárias para compreender e enfrentar os desafios ambientais.

Outro aspecto importante é a capacidade e prontidão verde fundamentais para impulsionar a educação climática e promover a sustentabilidade nas escolas. É crucial apoiar os professores e formuladores de políticas por meio da integração da educação climática tanto na formação inicial de professores quanto na formação em serviço, capacitando líderes escolares e todos os envolvidos na educação.

A visão é que todos os líderes escolares e, pelo menos, um professor por escola sejam treinados sobre como integrar a educação climática no ensino e aprendizagem em toda a escola. Isso envolve desenvolver habilidades e competências específicas para abordar questões relacionadas ao clima, fornecendo aos educadores as ferramentas necessárias para transmitir conhecimentos e incentivar a ação em prol da sustentabilidade.

A capacitação dos líderes escolares é fundamental para criar um ambiente propício à educação climática. Esses líderes desempenham um papel crucial na definição de diretrizes e na criação de uma cultura escolar que valorize a sustentabilidade e promova ações relacionadas ao clima. Ao serem capacitados, eles se tornam agentes de mudança, impulsionando iniciativas sustentáveis ​​e integrando a educação climática em todos os aspectos da escola.

Portanto, ao promover a educação nas comunidades verdes, capacita-se indivíduos e grupos a compreenderem as questões climáticas e agirem de maneira sustentável em seu cotidiano. Isso cria uma base sólida para uma sociedade consciente e comprometida com a sustentabilidade, capaz de enfrentar os desafios das mudanças climáticas e trabalhar em direção a um futuro verde e resiliente.

240 Milhões de Vozes: A Luta pela Inclusão das Crianças com Deficiência

A educação inclusiva para pessoas com deficiência é um chamado à ação urgente para garantir uma educação de qualidade, equitativa e inclusiva para todos os alunos, em todos os estágios do desenvolvimento. Esta chamada à ação, lançada durante o Transforming Education Summit, visa apoiar os esforços globais para alcançar o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 4, que busca garantir o acesso universal à educação de qualidade.

A Cúpula da Educação Transformadora da ONU destacou a importância de transformar a educação, a fim de garantir que todas as crianças do mundo, incluindo as com deficiência, tenham acesso a uma educação de qualidade ao longo da vida. Infelizmente, as crianças com deficiência enfrentam disparidades significativas no acesso à educação.

A educação inclusiva não é apenas uma questão de garantir que os alunos com deficiência tenham acesso às mesmas oportunidades de aprendizado, mas também é uma maneira de promover o bem-estar e o sucesso de todos os alunos.

A promoção da educação inclusiva exige um esforço conjunto de governos, instituições multilaterais, sociedade civil e defensores de todo o mundo. É necessário investir em sistemas educacionais inclusivos e garantir que as abordagens adotadas promovam a participação plena e igualitária de todos os alunos, independentemente de suas habilidades ou deficiências.

A transformação da educação para atender às necessidades das pessoas com deficiência é uma questão de direitos humanos e uma demonstração do compromisso com a igualdade e a justiça social.

Reconhecendo o poder transformador da educação inclusiva, é crucial que todos se conscientizem da importância de atender às necessidades das 240 milhões de crianças com deficiência em todo o mundo. Portanto, têm o direito fundamental de receber uma educação de qualidade, assim como seus pares sem deficiência.

Para alcançar uma educação verdadeiramente inclusiva, é necessário um compromisso coletivo e ações concretas. Nesse sentido, é fundamental aumentar gradualmente as alocações orçamentárias destinadas à educação inclusiva para pessoas com deficiência. Essa medida garantiria recursos adequados para apoiar programas educacionais e infraestrutura necessários para promover a inclusão.

Além disso, é preciso estabelecer metas de médio a longo prazo para garantir que todos os alunos com deficiência sejam atendidos em todos os programas educacionais. Reconhecer que, no mínimo, 10% dos alunos em cada país têm deficiências é um passo importante para promover a igualdade de acesso à educação.

A inclusão da perspectiva da deficiência em todos os programas e subsídios educacionais também é essencial. Isso implica em integrar critérios e metas de inclusão da deficiência, garantindo que a diversidade e as necessidades individuais sejam consideradas em todos os aspectos do processo educacional.

 

Construindo Pontes: O Poder do Financiamento na Educação de Qualidade para Todos

 

O financiamento adequado da educação é fundamental para garantir o acesso universal a uma educação de qualidade. Reconhecendo a importância desse aspecto, é necessário apoiar os esforços nacionais para financiar a educação e buscar ações globais que possam fortalecer a capacidade dos países de aumentar sua receita tributária de forma progressiva e eficiente.

Uma abordagem ousada e progressiva em relação às reformas tributárias é essencial para mudar o diálogo em nível global e evitar estratégias prejudiciais de “corrida para o fundo” em termos de impostos e incentivos fiscais. Isso inclui ações globais para estabelecer um registro global de ativos, reduzir os fluxos financeiros ilícitos, combater a evasão fiscal e promover regras fiscais globais justas. É importante garantir que as regras globais não pressionem os países a adotarem práticas fiscais prejudiciais.

Além disso, é necessário revisar a arquitetura financeira e da dívida internacional para garantir que haja financiamento suficiente disponível para apoiar os objetivos de desenvolvimento sustentável a longo prazo. Isso envolve remover condicionalidades que exijam cortes de gastos com educação como pré-requisito para obter novos financiamentos e explorar ferramentas inovadoras, como trocas de dívida por investimentos em educação.

Apoiar ações de alívio da dívida, reestruturação e, em alguns casos, cancelamento da dívida é fundamental para garantir que os países tenham recursos disponíveis para investir em educação. Países que gastam mais no serviço da dívida do que na educação devem receber apoio para resolver essa situação.

É importante também que instituições financeiras internacionais, como o Fundo Monetário Internacional (FMI), abordem obstáculos que impedem o aumento dos gastos com educação, como restrições salariais do setor público, e defendam políticas que permitam a contratação significativa de professores profissionais sempre que necessário.

Além disso, é necessário explorar novas soluções e mecanismos que possam desbloquear o financiamento para a educação, incluindo uma nova alocação de Direitos Especiais de Saque (SDRs) e realocação dos SDRs existentes para os países que mais necessitam investir em educação.

Por fim, é fundamental criar novas normas e fórmulas que permitam aos Ministérios das Finanças e aos governos como um todo compreenderem o retorno do investimento em educação a longo prazo. Os gastos com educação não devem ser vistos apenas como despesas de consumo, mas como investimentos estratégicos em documentos de planejamento e orçamento de médio prazo.